O Comércio do Porto

Num período em que deixou de haver papel para a tinta correr, os jornalistas e demais trabalhadores de O COMÉRCIO DO PORTO encontram neste espaço a via para o exterior, por forma a manter viva a alma do jornal mais antigo de Portugal continental. Envie as suas mensagens para comercio151@hotmail.com

quarta-feira, agosto 31, 2005

Agredido por assaltante dentro de casa

Um homem de 30 anos disse à Polícia ter sido agredido anteontem de manhã, pelas 11h45, por um assaltante que surpreendeu numa casa, situada na Rua Major Pala, em Vila Nova de Gaia.
O queixoso disse que tinha ido à sua antiga casa, situada na referida artéria, porque está em fase de mudança, e quando lá chegou viu a a porta aberta.
Dentro da casa, o lesado deu de caras com um homem que o agrediu com um pau na cabeça, tendo ficado inconsciente. Quando recuperou os sentidos, a vítima deu pela falta de 125 euros, que tinha na carteira.
Além disso, o assaltante levou uma caixa de ferramentas com um berbequim, uma rebarbadeira e uma lixadeira, artigos. Ao lesado nada mais restou que ir receber tratamento e comunicar o caso à PSP.

Manuela Pinto

Soprou ao balão e acusou 2,50 g/l de álcool

Um electricista, de 24 anos, morador no Porto, foi apanhado com uma taxa proibitiva de álcool no sangue, anteontem à noite, quando conduzia um carro na Avenida da Boavista, naquela cidade.
O jovem conduzia um Honda e foi mandado parar por agentes da PSP que ali procediam a uma fiscalização de rotina.
Ao soprar ao balão , o electricista acusou 2,50 gramas por litro de álcool no sangue. A lei determina que quem for apanhado a conduzir com uma taxa igual ou superior a 1,20 g/l deve ser detido. Como é habitual nestes casos, o condutor foi notificado que não poderia conduzir por um período de 12 horas e para comparecer no Tribunal de Pequena Instância Criminal do Porto.

Manuela Pinto

De Santa Maria da Feira ao Porto num carro furtado

Sair de um carro e deixar as portas abertas é o bastante para deixar a polícia desconfiada, particularmente se tal acontecer numa das ruas adjacentes ao Bairro do Aleixo, no Porto, onde têm sido encontrados muitos veículos furtados por agentes da PSP/Porto.
O caso foi protagonizado por um carpinteiro, de 30 anos, morador em Vale de Cambra, que hoje de madrugada, perto das 1h20, saiu de um Nissan Cabstar, juntamente com dois metalúrgicos, de 20 e 23 anos, residentes em Santa Maria da Feira, na Rua de Ruben A, perto do Bairro do Aleixo.
O trio não contava era que o local estivesse a ser vigiado por elementos das investigação criminal, que ao vê-los deixar as portas abertas, logo suspeitaram de algo anormal.
Os polícias esperaram que o trio regressasse ao carro e nessa altura não lhes deu hipótese de fuga. Entretanto, os agentes verificaram que o carro tinha sido furtado, perto da meia-note, em Arrifana, Santa Maria da Feira.
O veículo tinha sido furtado pelo carpinteiro, quando estava estacionado numa fábrica de calçado. O assaltante teve a vida facilitada, porque a chave estava na ignição do carro. Por isso, “só” teve que rebentar o aloquete que fechava o portão da fábrica com uma chave de rodas e lá foi ele. Posteriormente, deu “boleia” aos dois metalúrgicos.
O carro foi avaliado em 10 mil euros e devolvido ao proprietário. O carpinteiro foi detido, mas os metalúrgicos, como nada tinham que os incriminasse, foram em liberdade.
Curiosamente, o carpinteiro não tem carta de condução.

Manuela Pinto

domingo, agosto 28, 2005

Entrevista a Dan Franck, escritor francês autor de "Os Filhos"



Entrevista ao escritor francês DAN FRANCK, autor de “Os Filhos” (Edições ASA)

“Os homens têm os mesmos sentimentos
que as mulheres em relação aos filhos”


Rui Azeredo

O escritor francês Dan Franck, galardoado em 1991 com o Prémio Renaudot por “A Separação” regressa ao tema da família, desta vez com “Os Filhos” (Edições ASA, 14,50 euros). É a história, semi-autobiográfica, de um casal de divorciados, cada um com dois filhos, que tenta formar uma “nova” família. Com humor e simplicidade, mas sem deixar de ser consciente e, até, didáctico, Dan Franck construiu um romance bastante actual que é um retrato realista e incisivo da nossa sociedade.


- Lendo o seu romance “Os Filhos” prevalece a ideia que os filhos dominam completamente os pais.
- Não dominam os pais, nesta história têm é um papel, pelo menos, tão importante quanto os dois pais unidos. Tudo se organiza em função dos filhos nesta família reconstituída, o modo de funcionamento entre uns e os outros. Nesta história os pais dão muita atenção aos filhos, optam por lhes dar o papel principal.
- Mas fica a sensação que eles são capazes de dominar a vida dos pais?
- Sem dúvida, mas não em todos os casos.
- Esta situação resulta da sua experiência pessoal?
- Sim, em parte, mas é uma situação que hoje em dia já é clássica, são situações reais.
- Porque acha que os pais se deixam dominar? Por se sentirem culpados de terem fracassado na sua relação conjugal?
- Neste género de casos os pais têm sempre um enorme sentimento de culpa, não só pela separação, mas também por imporem aos seus filhos outras crianças, outras mulheres, outros homens, etc. Este sentimento de culpa leva a que em dada altura deixem as crianças dominar. A minha geração encara os filhos como algo muito importante, não como algo deixado sobre a mesa. São seres vivos que trouxemos ao mundo e que observamos, protegemos e escutamos com atenção. Durante muito tempo pensávamos que esse era um papel exclusivo das mulheres. Isso é completamente errado. Os homens têm as mesmas coisas a dizer, os mesmos sentimentos em relação aos filhos e isso é algo novo desde há cerca de quinze anos.
- Pensa que lei a privilegia as mulheres?
- Durante muito tempo as leis privilegiaram as mulheres porque, quando acontecia uma separação, frequentemente os homens partiam e abandonavam as crianças. Nem sempre, mas frequentemente. Hoje em dia a lei tende a equilibrar mais as coisas, nomeadamente em França onde os homens e as mulheres partilham a guarda dos filhos.
- Não há situações perfeitas, mas o ideal, para si, seria evitar os tribunais e entre os progenitores acordar a educação da criança?
- Sim, evidentemente. Até porque no que respeita aos filhos a partir de uma certa idade é preciso saber ouvi-los, para sermos justos com eles.
- Pensa que a lei defende mais os pais do que os filhos?
- A lei protege os filhos e isso é o melhor. A lei protege as crianças dos abusos dos pais.
- Em “Os Filhos” por vezes os pais pretendem impor uma cumplicidade que não surge naturalmente. Isso é comum?
- Depende da maneira de educar as crianças, de uma forma autoritária ou de uma forma cúmplice, havendo ainda muitos outros modos. Mas há sempre cumplicidade, embora a autoridade também seja necessária. Mas deve haver um sentimento automático para equilibrar estes dois factores.
- É uma missão impossível reunir uma família como a retratada no romance?
-Impossível não, mas é difícil. Já numa família “normal” quando há crianças é difícil, então numa família reconstituída, onde se multiplicam as entradas de pessoas (padrastos, madrastas, meios-irmãos) é muito mais complicado. Quanto mais gente há, mais complicado se torna.
- Esta obra é, em parte, autobiográfica. Os seus filhos leram o romance?
- Uns sim, outros não. Mas antes de o publicar mostrei-lhes as passagens que lhes diziam respeito. Concordam com o que foi escrito, mas geralmente os filhos de escritores não lêem os livros dos pais.
- Porque optou escrever sobre a família?
- Surgiu de uma forma natural. Fui recolhendo notas ao longo dos tempos, depois ordenei-as e deu um romance.
- Nunca pensou em optar por escrever um ensaio/tese sobre o assunto?
- O romance não foi rescrito com o objectivo de ensinar. Não tenho o objectivo de servir de exemplo, apenas que os leitores tenham o prazer da leitura.
- É um tema bastante sério mas foi capaz de o mostrar por vezes com humor, de forma ligeira…
- Esse é o princípio da escrita e do romance. Pode contar de mil maneiras diferentes uma história comum, onde toda a gente se reconhece.
- Como deu início à sua carreira de escritor?
- Sempre escrevi, não sei fazer outra coisa. Comecei e nunca mais parei. Tanto escrevo sobre temas da vida, como a separação, como sobre memórias, de artistas, por exemplo, obras sobre o fascismo…
- Qual é hoje dia a importância da literatura francesa em relação à anglo-saxónica ou mesmo a ibero-americana?
- Está a decrescer, como a língua e a cultura francesa. Não é a língua escolhida pelos governantes, pelos economistas… E isto ocorre porque a França está cada vez menos aberta, generosa e acolhedora. A França no início do século XX era muito mais aberta. Todas as artes modernas nasceram em França: o cubismo, o impressionismo, o surrealismo, o existencialismo.

quinta-feira, agosto 25, 2005

Agente recusou receber queixa porque vítima não tinha identificação do agressor

A esquadra da PSP de Valbom, em Gondomar, foi palco de um episódio caricato hoje de tarde, altura em que um agente que ali estava de serviço recusou receber a queixa de uma vítima de agressão, porque esta não tinha o nome e a morada do agressor.
A vítima é uma jovem que foi agredida no seu local de trabalho por um homem, do qual sabe a alcunha e a matrícula, marca e modelo do carro em que este fugiu, depois de a ter agredido.
A alcunha do indivíduo foi fornecida por uma das várias testemunhas que se encontravam na empresa na altura da agressão. A matrícula, marca e modelo do carro foram anotadas pela própria vítima.
A jovem foi à esquadra da PSP de Valbom, onde foi atendida por um solícito agente, que tomou nota da sua identificação e da ocorrência. Aparentemente, tudo corria bem até a altura em que o solícito agente disse à jovem que "a queixa fica pendente, enquanto não tiver a morada e o nome do agressor". Surpreendida, a jovem perguntou o motivo de tal situação tendo então sido esclarecida pelo agente que se "tratava de um procedimento novo".
Neste ponto, OCOMERCIODOPORTO.BLOGSPOT.COM esclarece os leitores que quando alguém se queixa de uma agressão, é notificado para ir ao Instituto de Medicina Legal (IML) para ser observado por um perito legal.
O agente disse ainda à jovem lesada que não a poderia notificar para ir ao IML, porque não podia fazer a queixa sem a identificação do agressor: o nome e a morada deste.
O mesmo agente disse ainda à lesada para esta conseguir os dados pretendidos e voltar à esquadra até às 19h00 de hoje, caso contrário nada feito.
Atónita, a jovem voltou ao local de trabalho e, por uma extraordinária circunstância, conseguiu saber que alguém conhecia uma pessoa que, por sua vez, conheceria o suspeito da agressão. De pessoa em pessoa, a vítima conseguiu saber a identificação. Pelo menos, pensa que sim.
Já na posse do nome e morada do agressor, a jovem regressou à esquadra da PSP de Valbom onde voltou a ser atendida pelo mesmo agente. Nessa altura, forneceu-lhe os dados pretendidos. E foi só então que o agente lhe aceitou a queixa e a notificou para comparecer amanhã de manhã no IML.
Uma vez ao corrente do sucedido, OCOMERCIODOPORTO.BLOGSPOT.COM contactou o gabinete das Relações Públicas da PSP, onde foi informado que o agente deveria ter aceite a queixa de imediato e que tal procedimento era incorrecto.
Afinal, da primeira vez que a vítima foi à esquadra até tinha indicado a alcunha e os dados do carro do agressor. "A vítima até estava na posse de elementos que a maior parte das pessoas não tem. E mesmo que não tivesse qualquer dad sobre o agressor, a queixa teria que ser sempre aceite", salientou uma fonte das Relações Públicas.
O que, aliás, acontece com as inúmeras vítimas de roubos, por exemplo, que não conhecem os assaltantes e quando vão às esquadras apresentar queixa os polícias não lhes perguntam o nome e morada dos suspeitos.
Pelos vistos, o agente que ontem à tarde esteve de serviço na esquadra da PSP de Valbom desconhece algo tão básico como isto: uma vítima não precisa de saber o nome e a morada de um agressor ou assaltante para apresentar queixa.
O mesmo agente parece desconhecer também que não há horários fixos para que as pessoas vão às esquadras, pelo que a jovem vítima desta agressão poderia ter ido após as 19h00 e não ter andado numa agonia a tentar descobrir a identificação do agressor até ao horário estipulado pelo polícia. O agente deu-lhe as 19h00 como prazo limite, porque era o fim do turno dele.
O facto de estar um agente a atender o público, como acontece em quase todas as esquadras da PSP, é uma das consequências da falta de subchefes e/ou chefes, na corporação policial. Se tudo corresse como deveria de ser na PSP, o atendimento ao público deveria ser feito por pessoas com mais experiência como é o caso de subchefes e/ou chefes e não por agentes.
Mas a tão propalada falta de efectivos sente-se até nestes cargos, pelo que é muito frequente estarem agentes a atender o público.
Mas mesmo um agente tem a obrigação de saber os procedimentos básicos do seu trabalho.
O que não se espera é que, neste caso o agente da PSP de Valbom não saiba fazer o seu trabalho e induza em erro quem ali vai procurar ajuda.
Claro que da próxima vez que alguém for agredido ou assaltado, pode sempre pedir ao agressor, entre um murro e um pontapé, a sua identificação e morada. Nunca se sabe quem é que depois estará numa esquadra para receber uma queixa!!

Manuela Pinto

quarta-feira, agosto 24, 2005

O divinal pontapé no cu

A senhora dona Diva Lima, em nome da gerência da empresa proprietária de "O Comércio do Porto", escreveu-me uma carta registada com aviso de recepção, no dia 19 de Agosto. Motivo da missiva: anunciar-me, não fosse eu andar distraído, que a publicação do jornal foi suspensa. Ora, como a suspensão ocorreu no dia 30 de Julho, pareceu-me esquisito. Mas depressa se desfez o enigma. O que a senhora queria comunicar-me, afinal, é que, na opinião da empresa, eu não tenho direito a um tostão de indemnização. É pena que a senhora não seja mais clara, a empresa está a passar por dificuldades financeiras, pelo que podia poupar nos tinteiros. Para dizer o que queria, não precisava de escrever quatro parágrafos e podia, ao menos, ter dito textualmente o que desejava.
Mas não o fez. Optou pelos eufemismos. Tratando-me elevadamente por V. Ex.ª, a senhora dona Diva Lima informou-me que eu apenas prestava uma "colaboração pontual" ao jornal. Como gosto sempre de aprender, foi com gosto que tomei contacto com esse novo conceito de "colaboração pontual". Foi uma descoberta saber que se trata de uma mera "colaboração pontual" escrever 278 peças nos últimos 365 dias de publicação do jornal. Por esse trabalho recebi um total de 4380 euros, uma mísera média de 398 euros por mês (fiz as contas a 11 meses, porque só no final de Agosto me disponibilizarão o pagamento pelas minhas peças de Julho). Tal ritmo de produção implica escrever mais do que uma peça por dia útil de trabalho, mas a senhora dona Diva Lima chama-lhe mera "colaboração pontual". Eu chamar-lhe-ia, para além de uma grande falta de respeito, um divinal pontapé no cu. É importante que a emoção e o desespero pela falta de emprego não nos leve a perder a memória da falta de respeito pelas pessoas que também caracterizou o dia-a-dia do jornal.

segunda-feira, agosto 22, 2005

Alternativa em marcha

No sentido de assegurar a continuidade do COMÉRCIO e da CAPITAL e dos respectivos postos de trabalho, lembramos que se realiza amanhã a Assembleia Constitutiva da cooperativa Alternativa, Produção Jornalística, crl. A reunião será na Cooperativa dos Pedreiros, às 18h00.
Como desde o início do processo, a cooperativa Alternativa continua aberta à participação de todos os trabalhadores dos dois títulos. Contamos contigo para dar uma nova vida aos nossos jornais. Para mais informações, podes contactar Arminda Rosa Pereira (919098859) ou Fernando Fontes (917841989).

quinta-feira, agosto 18, 2005

Cinema francês - estreias


Estreou "De Tanto Bater o Meu Coração Parou"

Entre pai e mãe, entre a violência e a música

Estreou hoje nos Cinemas Cidade do Porto “De Tanto Bater o Meu Coração Parou”, filme francês de Jacques Audiard onde o protagonista, Tom (numa excelente interpretação de Romain Duris), balança entre seguir o caminho do Bem ou do Mal, personificados no seguir as pisadas da mãe ou do pai.
Na actualidade, Tom, com 28 anos, trabalha no ramo do imobiliário, fazendo negócios durante o dia e o trabalho sujo – pancadaria, sovas, largada de ratos em edifícios (para desocupar ou desvalorizar imóveis) – durante a noite. Em suma leva uma vida de fachada, já que passa as noites em ambientes decadentes, bares decrépitos, num mundo de droga e álcool e envolvido com mulheres de ocasião. Contudo, apesar do dinheiro que ganha sente-se perdido, sem objectivos que não sejam uma cobrança difícil ou levar uns imigrantes a abandonar casas degradadas para poder fazer negócios com os seus sócios de igual calibre. A vida de violência extrema que leva deixa-o cada vez mais pensativo, apreensivo e frustrado, até porque olha para o exemplo do pai (decadente) e vê-se ao espelho com projecção para o futuro.
Uma noite, por acaso, reencontra o antigo agente da sua mãe, já falecida, que havia sido uma pianista de renome. Este sem saber da actual faceta de Tom, pergunta-lhe se tem continuado a praticar piano e desafia-o para uma audição. Tom, por instinto, aceita, mas mente já que faz longos anos que não toca. Parte então em busca da sua redenção e aplica-se ao máximo a ensaiar piano com uma professora chinesa. Começa a viver, em paralelo, em duas dimensões, no mundo violento do imobiliário e no mundo da música. È um duelo interno e intenso que está a travar, mais violento do que as cenas de pancadaria que fazem parte do seu quotidiano. É também um duelo entre dois modos de vida, o do pai, com quem ainda convive, e o da mãe. Tom vê-se envolvido em profundas divisões internas, o que dá a possibilidade ao actor Romain Duris de mostrar todo o seu talento. Duris tanto veste bem a pele do sensível pianista como do duro agente imobiliário, dando uma credibilidade à personagem que parece ter dupla personalidade.
Duris dá assim um impulso à sua carreira que vai prosseguir na super produção “Arsène Lupin”, o famoso ladrão sedutor, e na qual já inclui “O Albergue Espanhol”.

“Sinais Vermelhos”

Também hoje, nos Cinemas Cidade do Porto, estreou outra obra francesa, “Sinais Vermelhos, de Cédric Kahn, adaptação de um romance de Georges Simenon. A acção decorre em Paris, em pleno Verão. Antoine espera pela mulher, Hélène, para irem buscar os filhos a uma colónia de férias. Enquanto espera, bebe em demasia. Depois, já a caminho, irritados pelos inúmeros engarrafamentos, sai da auto-estrada para beber mais. Entretanto começa a conduzir perigosamente, enquanto discute com a mulher. Helène, já com noite caída, decide prosseguir sozinha a pé. Paralelamente, a polícia procura um criminoso fugitivo, e Antoine, enquanto busca a mulher, encontra um estranho indivíduo.
Rui Azeredo

terça-feira, agosto 16, 2005

como é com o almoço em coimbra, como está?

Sugestão de leitura: “O Aroma da Goiaba” – Gabriel García Márquez e Plinio Apuleyo Mendoza


Sugestão de leitura: “O Aroma da Goiaba” – Gabriel García Márquez e Plinio Apuleyo Mendoza

“O Aroma da Goiaba”, assinado a meias por Gabriel García Marquez e Plinio Apuleyo Mendoza (escritor e actual embaixador da Colômbia em Portugal), é o resultado de uma conversa entre dois amigos, ocorrida em 1982, destinada a ultrapassar o modelo de entrevista, tão pouco do agrado do autor de “Cem Anos de Solidão”.
De 1982 a 2005 passaram 23 anos mas nem por isso esta “conversa” perde qualquer interesse dada a riqueza de pormenores (não confundir com fofoquices) que proporciona sobre a vida, o trajecto, o método criativo de um escritor que na altura só por brincadeira falava da possibilidade de receber um Nobel.
Como diz Plinio Apuleyo Mendoza no prefácio escrito para a edição portuguesa (das Publicações Dom Quixote), “o que este livro contém é bastante para conhecer, numa conversa longa, alegre e despreocupada, a vida e a aventura humana de um amigo que sem ele próprio querer casou para sempre com a celebridade”.
O livro, de 210 páginas, está dividido nos seguintes capítulos: Origens; Os seus; O ofício; A formação; Leituras e influências, A obra; A espera; Cem Anos de Solidão; O Outono do Patriarca; Hoje; Política, Mulheres, Superstições, manias, gostos; e Celebridades e celebridades. Ou seja, nomes demasiado frios e austeros que não deixam entrever a riqueza que se passeia por aquelas páginas. Porque não é só a escrita de García Márquez que é rica. É, antes de mais, a sua vida, muitas vezes vivida entre grandes dificuldades que poderiam ter impedido o surgimento, ou continuação, da carreira de um dos maiores escritores de todos os tempos.
Ao ler “O Aroma da Goiaba” assiste-se a uma conversa franca de dois amigos, que se comportam como se não estivesse ninguém a “ouvi-los” - provavelmente nem imaginariam o sucesso, à escala global, que iria ter este livro, inicialmente idealizado para pertencer a uma colecção francesa de entrevistas a escritores.
Assim, ficamos não só a conhecer a magia de García Márquez, mas também as suas dúvidas, hesitações, bloqueios, intenções e, acima de tudo, a sua determinação. Mesmo passando dificuldades nunca deixou de acreditar no valor da sua escrita, como aconteceu durante a longa e penosa “produção” de “Cem Anos de Solidão”, um romance que sabia iria agradar à crítica mas para o qual nunca imaginou o sucesso que viria a ter.
“O Aroma de Goiaba”é assim uma excelente forma de conhecer um escritor que de outro modo nunca se abriria tanto como o fez perante o amigo Plinio Apuleyo Mendoza, seu compadre e parceiro de muitas aventuras, desde Paris até Cuba, passando pela Venezuela.

Rui Azeredo

sábado, agosto 13, 2005

Marina do Freixo: um caso de incredulidade

Neste sábado em que o calor se fez sentir como nunca, com Gondomar assolado por imensas nuvens de fumo e após uma actividade tão prosaica como são as compras de detergentes e afins, pensei que o melhor a fazer era ir apanhar a fresca junto ao rio Douro. Assim o fiz. Com a mãe, a avó pousadas em casa, aí fui eu até à Marina do Freixo. Eram 20h00. Já me imaginava a comer uma saladinha, com o Douro ali perto e uma brisa retemperadora. De livro na mão, abanquei na esplanada. E que bem que se estava ali. A paisagem é fantástica e a brisa era mesmo retemperadora. Ali estavam umas dez pessoas.
Estranhei que passados dez minutos de ali estar sentada, não houvesse um empregado a perguntar o que eu queria. Passados mais uns dez minutos, eis que alguém disse: "Ah! Pois é, vão fechar". Pensei que tinha ouvido mal. Porreiro, desempregada e surda!!! Só a mim.
Mas pitosga ainda não estou, pois vi, distintamente, um grupo levantar-se de uma mesa e abalar, comentando que era "uma chatice ter que ir embora, logo agora que se estava tão bem".
Ao mesmo tempo, um empregado tirava tudo que era copo de cima das mesas. Chamei-o e perguntei se a marina (leia-se restaurante/bar) fechava mesmo às 20h00. Pois que sim senhora. Era mesmo assim. Tava fechado. Já eram 20h20. Quando perguntei porque é fechavam a marina às 20h00, o empregado disse que era porque não tinham pessoal. São poucos os funcionários, pelo que não dá para fazerem turnos. Por isso, explicou, o restaurante/bar está apenas aberto das 10h00 às 20h00, nos fins-de-semana. Porque nos dias de semana fecha às 19h00!!
Um outro potencial cliente ainda perguntou se não dava para tirar pelo menos um café. Pois que não. A máquina já tava desligada. A cara de espanto de uma amiga que foi ter ali comigo é indescritível.
Sendo assim, nada mais restava a esta marinheira de água doce (fui remadora) levantar âncora e zarpar para outro porto.
Uns quilómetros acima, pela marginal de Entre-os-Rios, fica o café Timoneiro, mesmo junto ao Clube Naval Infante D. Henrique, em Gramido. Tem uma esplanada bem porreira junto ao rio e com a mesma brisa retemperadora. Com uma tosta mista, um sumo e uma grande conversa com uma amiga de infância, passei o fim da noite. E que bem passada.
Ali não servem saladas. Nem pratos de peixe, carne ou outras cenas do género. Nem têm uma marina onde atracam muitos barcos. Que trazem gente. Que deve ter fome.
Mas não fecham às 20h00!
O café não está situado num ponto de confluência de trânsito como o Freixo. Mas está muito melhor assinalado. Não faltam pequenas tabuletas a indicar o caminho para o Timoneiro. Já na Marina do Freixo está um enorme placard a dizer que ali fica o pólo fluvial do Freixo. Mas ninguém vê o tal enorme placard. Toda a gente dá o Museu de Imprensa como referência para a Marina. A minha amiga, que foi pela primeira vez à marina e adorou o sítio, passou directa sem dar conta do tal enorme placard. Depois de algumas voltas e um telefonema, é que lá chegou.

Fechada um dia após
ter sido inaugurada
Depois de todas estas considerações, reparei que me estava a esquecer de um pequeno pormenor: a Marina do Freixo que fecha às 20h00 no dia 13 de Agosto de 2005, em que o Sol se fez sentir e muito, é a mesma que estava fechada no dia seguinte a ter sido inaugurada, em Fevereiro de 2005.
Nesse já distante Fevereiro, eu tinha ido lá fazer reportagem para ver a reacção das pessoas e se eram muitos os interessados a visitar a Marina. Quando o Bessa me disse qual era o serviço, pensei logo que era bem porreiro fazer reportagem sentada numa esplanada. Ainda por cima naquele dia eu estava de piquete e não tinha feito bolo. Se estivesse fora da redacção pelo menos não ia ouvir a Patrícia o Bessa a reclamar pelo bolo que não fiz!
Escusado será dizer que quando lá cheguei dei de caras com a aquela história fechada. Por marina leia-se o restaurante/bar, porque o acesso aos barcos estava aberto. E eram centenas as pessoas que ali estavam e deram com o nariz nos portões fechados!
A marina "reabriu" em Março do mesmo 2005.
Juntando as duas experiências, concluo que é melhor não ter expectativas quanto à Marina do Freixo.
Por motivos que escapam à minha compreensão, alguém que tem um empreendimento como a Marina do Freixo ( neste Portugal em que só se fala de desemprego e falta de iniciativa dos empresários), pensa que é negócio fechá-lo às 20h00. Ainda por cima no Verão!

Manuela Pinto

quarta-feira, agosto 10, 2005

Sugestão de Leitura - A Magnífica, de Isaure de Saint Pierre - Por Jennifer Mota


A Magnífica" de Isaure de Saint Pierre

A ascensão maquiavélica de uma escrava num mundo de homens

Jennifer Mota

O Império Otomano do século XVI é cenário da ascensão de uma mulher, uma escrava russa, que, sem olhar a meios, conseguiu alcançar poder político e dominar o vasto território no tempo do sultão Solimão. A vida da corte, a mesquinhez do harém, a luta fratricida, a civilização muçulmana e o bulício da cidade de Istambul são retratados na obra de Isaure de Saint Pierre, "A Magnífica", publicada em português sob a chancela das Publicações Europa-América. O fausto e o luxo do império, dono de todas as riquezas, decoram a narrativa, que decorre em vários palácios turcos e nem nos campos de batalha deixa de ser presença.
A beleza e a inteligência permitem a Roxelana chegar onde nenhuma mulher havia ousado pensar chegar, tendo conseguido que todos a temessem e respeitassem. Desde pequena, soube que queria ter um destino diferente das trezentas mulheres que, como ela, compunham o harém do sultão (pâdichâh). Escolhida para passar uma noite com Solimão, a sua afirmação começa e aumenta a cada dia, tornando-se rapidamente a favorita do pâdichâh, sendo invejada pelas outras mulheres do harém. Cada filho que nascia era mais uma prova do lugar cativo que havia conseguido na vida de Solimão. O seu riso cativava-o. E, a pouco e pouco, a sua inteligência converte-se em conselhos aplicados na condução dos destinos do Império. Cada nova campanha do exército otomano passa pelo escrutínio rigoroso de Roxelana. Pelo caminho, vão ficando aqueles que constituem uma barreira ao poder desta mulher, que impiedosamente manda liquidar os seus inimigos. Até a rigorosa lei otomana, "A Jovial", como o sultão lhe chamava, conseguiu contornar arranjando primeiro forma de deixar de ser escrava, e depois de casar com o sultão, ao contrário do que os seus antepassados haviam decidido.
O último entrave ao grande objectivo de Roxelana era Mustafâ, filho de Solimão e legítimo herdeiro do trono. Um grande amor pelo filho mais velho do sultão não a deixava agir da mesma forma de com todos os outros…Isaure de Saint Pierre é uma repórter conceituada, apaixonada pela cultura árabe.

DATA DE PUBLICAÇÃO:Maio de 2005

EDITORA:Europa-América

FORMATO:15,5 x 23cm / 272 pp.

PREÇO:18,90 €

GNR e coincidências...

Acabou a tinta!
Só pode ser isso! Os senhores (as) que se deram ao trabalho de pintar algumas ruas na freguesia de S. Cosme, em Gondomar, com linhas contínuas amarelas ficaram sem tinta. Mesmo em frente ao posto da GNR de Gondomar.
Antes do posto, depois do posto e até na rotunda (linda que tá a rotunda com a linha amarela, não fosse alguém lembrar de estacionar ali), tá tudo com a linha amarela. Para quem não sabe, é proibido estacionar nas linhas amarelas. A malta do COMÉRCIO sabe, ou não estivesse a Rua de Fernandes Tomás, mesmo em frente ao jornal, pintada com a linha amarela.
O posto da GNR de Gondomar está situado mesmo junto ao recinto onde todas as quintas-feiras se realiza a feira de Gondomar. Nesse dia é um ver se te avias para estacionar. Mas lá se consegue encontrar um cantinho para deixar o carro. Sem multas, que eu não sou moça de pedir à polícia para safar multas. Mas nunca se podia estacionar em frente ao posto da GNR. Não porque ali estivesse uma linha amarela, uma rampa, ou algum outro sinal de trânsito a impedir o estacionamento. Não se estacionava em frente à GNR simplesmente porque às quintas-feiras o local era marcado por uns mecos. Os mecos desapareciam quando chegava alguém que entrava no posto. E não era nenhum queixoso.
Agora, com a linha amarela, não se pode estacionar nem antes nem a seguir ao posto. Só uns metros à frente. E são uns bons lugares de estacionamento que se perdem. E, vão por mim, os carros não estorvavam ali estacionados.
Como não percebi o critério da não existência da linha amarela mesmo em frente ao posto, pensei que se tinha acabado a tinta. Ou será que é "apenas" coincidência, haver um lugar para estacionar mesmo em frente à GNR e um metro atrás e à frente ser proibido?

Manuela Pinto

Sugestão de Leitura - Zorro - O Começo da Lenda (Isabel Allende)




“Zorro - O Começo da Lenda” – Isabel Allende

“Zorro - O Começo da Lenda”, de Isabel Allende, tem sido com todo o mérito um dos bestsellers literários deste Verão. Num projecto único estão unidos um dos heróis mais populares do mundo - Zorro - e uma das mais conceituadas escritoras da actualidade - Isabel Allende. Estes dois ingredientes por si só não bastam para fazer um bom livro, mas a verdade é que neste caso isso aconteceu. E a ideia até era arriscada, porque Allende fez sucesso como autora de outro tipo de obras e pegar num herói já com nome e personalidade feitas poderia ser limitativo. Contudo, Isabel Allende soube respeitar o justiceiro da mascarilha e construiu uma infância e juventude que encaixam na perfeição na ideia que temos de Zorro.
“Limitada” pelas características imutáveis de Zorro, a escritora aplicou toda a sua imaginação e fantasia na construção de um “passado” para o herói e, acima de tudo, para o homem que o “criou”, Diego de la Veja. Recorrendo para tal a uma escrita rica mas acessível.
Assim, na primeira parte do livro acompanhámos a infância de Diego, muito antes de este um dia sequer imaginar que viria a ser um herói misterioso. Diego nasceu no sul da Califórnia no século XVIII, filho de importante fazendeiro e de uma índia guerreira e da mistura destes dois mundos está a “essência” do espírito de Zorro. Diego tanto aprende os hábitos da aristocracia proveniente de Espanha colonizadora, como os costumes dos índios colonizados. Assim, é ao mesmo tempo fidalgo, um senhor, e um jovem com espírito selvagem e corajoso. A unir estes dois mundos está um grande sentido de justiça, que começou a germinar quando viu o tratamento infligido aos índios pelos colonos.
Diego cresce (e vive) acompanhado por Bernardo, amigo para todas as ocasiões, que nasceu praticamente em simultâneo com ele, o que faz dos dois verdadeiros irmãos. O que um tem em força e impulso, o outro contrabalança com ponderação.
Aos 16 anos, para receber uma educação europeia, Diego parte para Barcelona, acompanhado pelo inseparável Bernardo. A viagem por mar tem a particularidade de efectuar uma passagem pelos Açores.
Neste ponto do romance, Isabel Allende mistura a aventura e a acção com conhecimento histórico, já que retrata fielmente a situação de Espanha, então ocupada pelos franceses, liderados por Napoleão. Diego de la Vega cai precisamente entre estes dois mundos, com os quais convive diariamente. São tempos complicados para Diego, tanto pela instabilidade política e militar como pelo facto de ter despertado para o amor, invariavelmente não retribuído – pelo menos pela parte das raparigas por quem se apaixona, o que será uma constante na sua vida.
É em Barcelona que acaba por nascer Zorro, quando Diego tem de socorrer, em segredo, algumas pessoas que lhe são próximas. Para isso faz-se valer dos seus conhecimentos de espadachim, aprendidos com um verdadeiro mestre de esgrima e mentor que o iniciou na sociedade secreta “A Justiça”, que se dedica a ajudar pobres e indefesos.
Mas nem tudo corre bem a Diego, que a certa altura se vê obrigado a regressar à Califórnia para ajudar a família que o acolheu em Barcelona e que entretanto caiu em desgraça. A pé e em segredo atravessam Espanha, disfarçados de peregrinos de Santiago, em direcção à Corunha, onde apanham o barco para a América.
É nesta fase que se assiste à consolidação da personagem Zorro, com a parte justiceira de Diego a levar a melhor mesmo que para isso tenha de abdicar de alguns prazeres da vida que teria por garantidos.
Neste livro há acção, amores e desamores, duelos, piratas, viagens, humor, morte, sofrimento, ou seja, todos os condimentos de um grande romance de aventuras, que em tudo honra o “futuro” de Zorro.
“Zorro - O Começo da Lenda”, uma edição da Difel e Círculo de Leitores, está à venda por 19 euros.

P.S. - podem visualizar Diego/Zorro com a cara de Antonio Banderas. Foi assim que a autora o imaginou.

domingo, agosto 07, 2005

Lamento

Lamento o encerramento do jornal centenário e espero que rapidamente tu e os teus camaradas de trabalho encontrem alternativas à altura do trabalho que vinham desenvolvendo.

Um abraço,

Jorge Almeida (dirigente do Sindicato dos Médicos do Norte)

Ao Jorge Sousa

Há dias esqueci-me de agradecer a uma pessoa bastante importante para O Comércio nas várias vezes que por lá passou tal como quando já lá não estava mas se mostrou sp pronto a ajudar: O Jorge Sousa - que ainda por cima também trabalhou na Capital!

Obrigado Jorge

Um abraço

sexta-feira, agosto 05, 2005

Conferência sobre Templários na Fundação de Portugal

O escritor e investigador Paulo Alexandre Loução (da editora Ésquilo) vai proferir no próximo dia 14, em Lamas de Mouro, uma conferência audiovisual sobre "Os Templários na Fundação de Portugal". A palestra vai ter lugar às 21h00 no anfiteatro das Portas do Parque Nacional da Peneda-Gerês e integra as Jornadas Culturais de 2005 organizadas pelo Núcleo de Estudos e Pesquisa dos Montes Laboreiro
Antes da palestra, José Domingues vai fazer uma comunicação intitulada "Ordens Religioso-Militares em Castro Laboreiro e Lamas de Mouro".
Para mais informações sobre a região e as Jornadas Culturais o Núcleo de Estudos e Pesquisa dos Montes Laboreiro está disponível através do e-mail monteslaboreiro@hotmail.com .

Bono com a Pobreza Zero

Aproveitando o concerto dos U2 em Portugal e o facto de Bono ser um dos embaixadores da campanha Pobreza Zero (www.pobrezazero.org), a Editora Ulisseia vai promover um passatempo via SMS, cujos lucros liquídos revertem a favor da OIKOS.
Aos vencedores serão oferecidos exemplares da biografia Bono por Bono, autografados por Bono e pelo Presidente da República, Jorge Sampaio, durante a cerimónia de condecoração que decorre dia 14 de Agosto, no Palácio de Belém.
Os interessados têm que enviar um SMS para o número 4111 e escrever BONO (espaço) nome da editora do livro (espaço) frase sobre os U2. Exemplo: bono_nomeeditora_fraseU2.
Cada sms tem o custo de um euro (Iva incluído) e o valor recolhido com a campanha reverte a favor da OIKOS.

"Prefiro editoras independentes a ficar pendurado no vão de escada de uma multinacional"

(Entrevista que não chegou a ser publicada em papel)

João Paulo Simões, conhecido por JP (leia-se, “JêPê”) Simões, tem 35 anos e um extenso currículo musical. Tocou nos Pop dell'Arte e ainda é o líder dos Belle Chase Hotel. Em paralelo e em parceria com Sérgio Costa, também dos Belle Chase Hotel, escreveu a “Ópera do Falhado”, estreada em 2003, e apareceu no ano seguinte com um novo projecto musical, o Quinteto Tati, cujo álbum de estreia, “Exílio”, mereceu aplausos da crítica. Apesar disso, a digressão de apresentação do disco só começou mais de um ano após a edição. A meio desse conjunto de espectáculos e pouco depois de a banda se ter estreado ao vivo no estrangeiro, JP Simões deu ao COMÉRCIO esta entrevista em que, por entre a habitual ironia iconoclasta, deixa alguns recados. Trabalhando com os “Transformadores”, uma editora e promotora independente, JP Simões não tem pejo em dizer que prefere a falta de meios do que trabalhar com multinacionais que negam esses meios à maior parte dos artistas.
Comércio do Porto: O vosso álbum de estreia, “Exílio”, foi lançado há mais de um ano. Porquê só agora a digressão de apresentação do disco?
JP Simões: Explicaram-nos que isto demora a medrar. Ou seja, sempre que nos íamos queixar aos nossos promotores, diziam-nos para ter calma, que aqui as coisas são muito lentas, estão a crescer. Diziam: “Tem calma, que estás a plantar”. Uma pessoa nasce, cresce e morre semente neste País! Como foi uma época de crise, os espectáculos foram mais parcimoniosos e quem está mal implantado demora muito a aparecer. Foi o que aconteceu connosco, mas também não fizemos grande esforço de promoção, nem sequer cartazes a dizer que éramos o novo acontecimento “não sei quê”. Fizemos o nosso álbum e ele tem crescido, devagarinho, mas de uma maneira muito boa.
CP: Como está a correr a digressão?
JP: Estamos todos com uma enorme dor de cabeça, porque temos pensado muito, já que somos um colectivo e temos outras preocupações que não só a música “tout court” - como se diz em francês. Também pensamos na vida, no meio ambiente e nas políticas de apoio à África subsariana. Falamos muito sobre esses assuntos todos e, como não conseguimos resolver nenhum, ficamos com uma grande dor de cabeça e vamos sair um bocadito aos bares para descontrair. Daí que depois acordemos tristes com o mundo em que vivemos e com toda esta hipocrisia. Resumindo, a digressão está a ser extraordinária. Viemos de Santiago de Compostela, onde fizemos um espectáculo não para muita gente, porque nem todos têm acesso à alta cultura, mas parece-me que ficaram muito bem impressionados e querem levar-nos a outros sítios. As portas estão escancaradas, até porque eu vivo disto para manter estes meus hábitos alimentares [aponta para o vinho], que é o meu único vício, tirando mais três ou quatro.
CP: A estreia no estrangeiro correspondeu às expectativas?
JP: Chegámos a Espanha e os galegos já sabiam as nossas letras de cor, entoavam connosco “Mas una para el camino”. Quer-me parecer que todas as bandas que se ouvem em Portugal não são nada comparadas connosco. As pessoas têm é medo de nos tornar famosos, porque a exigência de qualidade tornava-se muito alta e aí a maioria não tinha hipótese, pois não tem imaginação, repete as mesmas coisas, baseia-se naquela de dar com a pintarola, com uns cabelos, e umas moças cheias de silicone. No fim, de tudo isso espremido, só sai silicone. Nós estamos vivos para o melhor e para o pior e a nossa música é claramente existencialista, com todas as suas partes ridículas, com todas as suas partes dignas. E é engraçado.
CP: A crítica especializada não poupou críticas a “Exílio”. Estavam à espera?
JP: As críticas têm sido boas, mas nos jornais não se fala muito sobre a ética das canções, sobre a ligação mais saudável que a música popular devia ter com a política e com a sociedade e ser menos uma representação mais ou menos americana de sentimentos de rebeldia juvenil ou de exaltações de um amor que o tipo conseguiu desde que começou a ficar famoso. Queres dizer às pessoas que não sejam brutas, que tentem olhar-se nos olhos umas às outras, que tentem amar-se, mas sentes que essa mensagem é cortada na ponta, porque ninguém está virado para mudar. Estamos numa sociedade bastante acomodada, que aos poucos se está a deixar enredar num esquema poderosíssimo, em que a sua vontade começa a ser cada vez menor. Come aquilo que lhe dão. Quando sentes que aquilo que fazes não tem consequência em “big picture”, podes sentir-te um bocadinho triste. Por outro lado, estes amigos [resto da banda] são pessoas experimentadas, que procuram uma forma de viver que tenha a ver com os valores fundamentais, de fazer um esforço para dizer a verdade, para encontrar um amor claro. Se ninguém nos ouvir, vamos sair à noite e esborregamo-nos todos. A nossa compensação é esta e à noite sei que funciono. (Desculpa lá, estou a ser o mais sincero possível, já nem se usa!).
CP: O vosso trabalho está mais dificultado por trabalharem com uma editora e produtora independente?
JP: Não acho e já trabalhei com multinacionais. Essas editoras investem a sério, gastam dinheiro a rodos, promovem as fuças do rapaz e as maminhas da rapariga, gastam um dinheiro do caraças em dois ou três. Não investem em todos os que não sejam descaradamente comerciais ou que não estejam a ter sucesso por mérito próprio. Sinto-me muito mais livre com uma editora pequena, porque sei o que ela não pode fazer. É tudo mais claro. Isso é o que me dá um triplo gozo com este álbum, já que são as pessoas que ouvem que falam umas às outras, há uns blogues que falam sobre as nossas canções e as suas cosmogonias adjacentes, o seu decadentismo esperançoso, coisas que acho que fazem sentido. Sinto o trabalho mais facilitado com uma editora pequena com quem posso comunicar do que com uma editora grande, com as quais tive experiências de estar anos a tentar fazer telefonemas. Faz-se um disco em Janeiro e ele sai em Dezembro, porque não se consegue falar com o doutor: “Olhe, o doutor não está. Foi arranjar o barco”. Prefiro saber com o que conto do que ter grandes contratos e ficar pendurado no vão de escada de uma grande empresa multinacional.
CP: Na composição das canções do Quinteto surge primeiro a música ou a letra?
JP: Um gajo tem alguns conhecimentos musicais da harmonia, procura uns acordes onde consiga repousar qualquer coisa, um amor, uma saudade daquelas que nunca se vai resolver, qualquer coisa que pareça que está timbrada com a pequena corda da guitarra. Em geral, faz-se primeiro a música e depois tenta-se que a própria música já esteja a contar uma história. Pode acontecer o contrário, mas é mais fácil, como eles [músicos] dizem, “escrever umas merdas por cima”. Entristece-me que digam isso. Quando estou sóbrio, entristece-me...
CP: No Quinteto Tati, ao contrário de nos Belle Chase Hotel, as letras são maioritariamente em português. Foi premeditado ou aconteceu por acaso?
JP: Eu e o Sérgio [Costa] estivemos a trabalhar na “Ópera do Falhado” e a ideia era fazer um trabalho em português, uma mitologia tragicómica, baseada na “Ópera do Malandro” e na “Ópera dos Três Vinténs”. Com toda a naturalidade, começámos a fazer canções em português. Habituei-me. Palavra puxa palavra, casámos. A partir da ópera, iniciou-se um trabalho que tem mais a ver com o cidadão vivo do meu País, da sua cultura, das suas mitologias, das suas patetices e das suas dignidades. O alvo começou a ser outro. Naturalmente, a prosa também começou a ser outra, uma assumpção muito mais clara de uma certa doença melancólica, a que procuro, através da música, dar alguma volta, criar alguma vitalidade na melancolia.
CP: Não se coloca então a questão de ser mais fácil transmitir sentimentos em inglês, porque são menos óbvios, ficam mais escondidos?
JP: Queria fazer um rock aventuroso e jazístico com os Belle Chase e metricamente parecia mais plausível fazer em inglês, porque a própria música era inglesa. O Quinteto Tati anda mais pela América Latina, somos mais latinos. Houve outra coisa muito importante: começar a ouvir coisas cantadas em português que me pareceram justas. Uma pessoa precisa de boas contaminações.
CP: Como é que estão os Belle Chase Hotel?
JP: Estão numa situação muito pouco consistente, as coisas não andam nem desandam. Sempre que nos juntamos para tocar sabe bem, mas há muito que não criamos nada juntos. É um pouco uma banda fantasma. Por estranho que pareça, fizemos dez anos desde que a banda foi inventada e estamos a ter alguns concertos que estão a ser bons. A música não é de deitar fora e, depois de tocar, ficamos com a sensação de que podíamos fazer alguma coisa um dia destes. A questão está em aberto.
CP: Mas o Quinteto Tati é a prioridade.
JP: Com os Belle Chase Hotel, é como quereres acabar com um amigo, chegares ao pé dele e dizeres: “Ó pá, a partir de hoje não falamos mais”. É difícil fazer isso, uma pessoa vai deixando andar, até ficar aguada, trôpega. Um dia destes resolve-se e acaba-se com aquilo... ou faz-se um disco novo [leva as mãos à cabeça]. Neste momento estou a trabalhar com uma data de pessoas hipertalentosas [músicos do Quinteto] e com quem consigo comunicar, amigos. São as minhas pessoas e eu sou a pessoa deles, andamos para aí todos pessoanos, uns com os outros. Prefiro investir a minha energia no que possa surgir deste vínculo, mais do que estar a manter uma banda só por causa do statu quo já conseguido. Se fosse esperto tentava era ganhar dinheiro com isso, mas não sou.

quinta-feira, agosto 04, 2005

ENTREVISTA AO ESCRITOR CUBANO LEONARDO PADURA



Leonardo Padura, autor de "O Romance da Minha Vida"

"Cuba é um país maior do que a sua geografia"

Leonardo Padura, escritor cubano autor de policiais como "Morte em Havana", "Paisagem de Outono" e "Ventos de Quaresma", deu um rumo diferente à sua carreira com "O Romance da Minha Vida" (Edições ASA, 18,90 euros). Misturando factos reais com ficção, conta a história de um grande poeta cubano do início do século XIX, José María Heredia, ao mesmo tempo que nos dá a conhcer a história e a realidade social cubana vista a partir do interior.


- "O Romance da Minha Vida" foge um bocado da linha a que nos habituou, nomeadamente a relacionada com os policiais. Pode explicar-nos de que trata este livro?
LEONARDO PADURA - Este romance pretende ser uma homenagem a determinadas realidades da vida e da História cubana. De um lado, está a vida de José María Heredia, poeta fundador da sensibilidade e da poesia cubana. Um homem bastante fossilizado; tinha-se transformado numa estátua e num índice de poesia numa biblioteca. Tentei ver a vida que pode ter tido este homem, sobretudo através de experiências como o exílio, a nostalgia, a marginalização, o esquecimento, a censura. Mas quis ver tudo através de uma perspectiva contemporânea. Por um lado é a história da vida de Heredia e, por outro, a procura dos manuscritos onde se conta a vida de Heredia, por um cubano contemporâneo que regressa do exílio.
Há uma terceira via que é o destino desses documentos - totalmente fictícios - numa história que se desenvolve à volta da figura do último dos filhos de Heredia, que está vivo no início do século XX no círculo das lojas maçónicas. Foi outra homenagem que quis fazer, à maçonaria cubana, não apenas pelo que significou historicamente em todo o processo das lutas independentistas mas também pela grande capacidade de resistência que demonstrou nos anos da Revolução. De tal forma que hoje em dia é uma irmandade que existe em Cuba, que cresceu, atraiu novos membros e que continua a manter um princípio ético que me parece importante: a fraternidade entre os homens.

- José María Heredia é praticamente desconhecido em Portugal. Pode dizer-nos quem é este poeta?
LP - A literatura cubana já como conceito cultural independente foi forjada nos anos 20 e 30 do século XIX, numa altura em que a ilha era ainda um colónia espanhola. José María Heredia, ainda muito jovem, foi o primeiro poeta que começou a expressar um sentimento patriótico, um sentimento diferente do espanhol. As suas primeiras influências foram as do classicismo, mas rapidamente tendeu para o romantismo. Era um típico poeta romântico, uma espécie de Lord Byron cubano. Ligou-se aos movimentos independentistas, nos quais participou, vai para o exílio, onde morre jovem. No exílio escreveu uma parte muito importante da sua poesia na qual a imagem de Cuba, a nostalgia por Cuba e a sua visão da necessidade da liberdade em Cuba são os temas fundamentais. Tornou-se também no primeiro grande poeta romântico da língua espanhola em todo o mundo. É o autor de alguns dos poemas mais importantes da literatura cubana, sobretudo através da sua obra-prima, "Niagara". É um poeta civil, político, muito importante. É a génese de tudo.

- A Cuba que conhecemos actualmente é a da política e do turismo, mas é também um país com História. Os cubanos têm orgulho na sua História? Este livro serve para recuperar esse sentimento?
LP - Nós, os cubanos, entre muitos outros defeitos, temos o de ser excessivamente orgulhosos e desproporcionados. Cuba é um país que, na realidade, é maior do que a sua geografia. A música cubana, a literatura, o desporto, a própria política, têm proporções internacionais muito maiores do que seria normal, sendo uma pequena ilha do Caribe. Muitas vezes Cuba é vista através de estereótipos, essencialmente aqui na Europa. E não é que os europeus sejam dados aos estereótipos, até porque interessam-se muito mais pelo resto do mundo do que os norte-americanos. Mas Cuba tem vários estereótipos: Fidel Castro e o comunismo, turismo, prostituição, rum, tabaco, música, que estão correctos. Mas o país é muito mais. Tem uma vida quotidiana muito intensa e às vezes muito difícil para as pessoas. Há uma literatura que eu penso que é uma das expressões culturais e espirituais mais importantes do país. Sobretudo porque preencheu o vazio deixado pela Comunicação Social do país. Esta pertence ao Estado e praticamente faz só trabalho de propaganda, mais do que análise e informação. Muita dessa análise é feita através da literatura. Portanto, penso que uma das melhores formas de conhecer Cuba é ler os seus escritores e, felizmente, nos últimos 10/15 anos, houve uma recuperação dessa literatura no mercado europeu.

- Os seus famosos policiais fazem um retrato da sociedade cubana pouco conhecido por cá…
LP- Sim, nestes romances um dos objectivos é problematizar a sociedade cubana de hoje. Não me interessa escrever um livro se nele não fizer a tentativa de criar uma história, personagens, uma situação que fale ao leitor cubano dos seus problemas, da sua vida, da sua esperança, do seu desencanto. A literatura policial foi uma forma achada para poder mostrar o lado obscuro da sociedade, a corrupção, o crime, o roubo, os problemas morais. Por isso, mais do que literatura policial entendo-a como uma literatura social. Permite-me, tal como o novo romance, reflectir sobre a vida cubana sem entrar directamente no tema da política. Este, em Cuba, não tem nuances, é-se a favor ou contra, e não quero estar explicitamente em nenhum dos campos. Quero que as minhas histórias, as minhas personagens, as situações que se desenvolvam, sejam as que sugiram ao leitor uma proposta política, para não ser eu a dar essas respostas. Eu mesmo, como indivíduo, tenho mais perguntes que respostas. Então, estes são livros de perguntas e não de respostas.

- Porque é que a literatura tem mais liberdade de expressão que os jornais? O regime não se incomoda?
LP - O verdadeiro motivo é que ambos têm canais diferentes. Os jornais são dirigidos directamente por organizações políticas - o Partido Comunista, a Juventude Comunista, os sindicatos. Os livros têm outros canais de circulação, felizmente muito mais liberais e permissivos. Tenho muito orgulho que os meus livros sejam muito mais lidos do que a quantidade de exemplares físicos que existem. No ano passado "O Romance da Minha Vida" ganhou o prémio dado pela Rede Nacional de Bibliotecas Públicas de Cuba e pela Biblioteca Nacional por ter sido o livro mas lido escrito por um autor cubano. É um livro que chegou a muita gente, porque em Cuba há muitos leitores.

- Mistura em "O Romance da Minha Vida" realidade e ficção. Como consegue dosear estas duas vertentes?
LP - Na parte em que se narra a vida de Heredia, está narrado na primeira pessoa. Hoje em dia, ao ler o romance, três anos depois de o ter terminado, há momentos em que já não sei distinguir a ficção da realidade. Porque misturo tudo, é uma das vantagens do romancista, que não tem o historiador. Este tem que trabalhar com dados, documentos e provar esses dados. O romancista pode ficcionar a partir de uma realidade. O que é certo é que todos os elementos que aparecem no romance ou aconteceram ou podem ter acontecido conforme provam as minhas investigações, que foram bastante profundas.

- Já escreveu sobre Heredia, sobre Hemingway, gostaria que um dia também escrevessem sobre si?
LP - Acho que durante uns tempos não vou escrever sobre escritores. Tenho dois projectos. Um tem a ver com uma história de dispersão, é a história de uma grupo de amigos de Cuba que se separam. É a história desses amigos, dos seus filhos, dos seus netos, através de 50 anos. E tenho outro romance em mente de carácter muito mais político, não directamente sobre a realidade cubana, mas onde onde ela aparece. É uma personagem muito importante da política do século XX, mas que não quero adiantar quem é.

- Que tipo de relação mantém com a sociedade cubana?
LP - A minha relação com o contexto cubano é um pouco estranha. Eu vivo afastado do mundo cultural, político e social cubano. Dedico-me muito ao meu tabalho, é o que me interessa. Vivo num bairro periférico da cidade, assisto pouco a eventos sociais. E, sem dúvida, o facto de viver neste bairro, que é um micro-cosmos, permite-me uma ligação muito directa à realidade. A minha ligação à realidade cubana passa pela gente do bairro.

- Como explica o sucesso da literatura cubana em todo mundo?
LP - Há muitas explicações. Cutriosidade política, um certo sentimento mórbido pela vida em Cuba, as dificuldades, as contradições. É um país onde de um dia para o outro podem fazer uma operação de coração aberto sem que custe um centavo e na semana seguinte vai-se à farmácia e não há uma aspirina.
Também há uma qualidade e capacidade de contar histórias que muitas vezes na Euriopa se foi perdendo. A literatura europeia cada vez mais centra-se nos conflitos internos do indivíduo ou escreve-se para o mercado.

Rui Azeredo

André Cardoso (S. João de Ver) ganha Volta a Portugal do Futuro

O ciclista André Cardoso, da equipa S. João de Ver-E. Leclerc, venceu hoje a quinta e última etapa da Volta a Portugal do Futuro e sagrou-se o vencedor da competição destinada a corredores da categoria Sub-23. A prova decorreu quase toda na região do Alentejo, pelo que não teve grande dureza. Desse modo, os atletas chegaram à etapa de hoje separados por escassas diferenças de tempo.
Com as distâncias a serem curtas, a última tirada foi encarada como uma oportunidade de dar a volta à classificação geral, situação que viria a suceder. A 17 Km da meta instalada em Oeiras, saltou do pelotão um grupo composto por André Cardoso, Estanis Romero (Gondomar-Coração de Ouro) e Carlos Sabido (Fonote-Lourinhanense). O pelotão foi incapaz de alcançar os fugitivos, que chegaram isolados à meta.
André Cardoso foi o primeiro na etapa e destronou Afonso Azevedo (Barbot-Pascoal-Milaneza) do primeiro lugar na classificação geral. Carlos Sabido foi o segundo a cortar a meta, gastando mais 5 segundos do que Cardoso e menos 3 segundos do que Estanis Romero, o terceiro na etapa. O pelotão principal chegou meio minuto depois do vencedor da derradeira tirada.
As etapas anteriores foram vencidas por José Mendes (Chenco Jeans-QConstroi), Bruno Pinto (Casactiva-Quinta das Arcas), Afonso Azevedo e Manuel Cardoso (Casactiva-Quinta das Arcas).

Classificação Geral Individual
1º André Cardoso (S. João de Ver-E. Leclerc), 16h35m55s
2º Afonso Azevedo (Barbot-Pascoal-Milaneza), a 20s
3º José Mendes (Chenco Jeans-QConstroi), a 24s
4º Estanis Romero (Gondomar-Coração de Ouro), a 29s
5º Bruno Barbosa (Anicolor-Mortágua), a 35s
6º Bruno Pinto (Casactiva-Quinta das Arcas), a 35s
7º Bruno Oliveira (Sintra-V. Vitor), a 46s
8º Gilberto Sampaio (Casactiva-Quinta das Arcas), a 48s
9º Stephan Kusmelev (Barbot-Pascoal-Milaneza), a 50s
10º Hélder Magalhães (Vulcal-Crédito Agrícola), a 1m00s
Classificação Geral Colectiva
S. João de Ver-E. Leclerc
Pontos
André Cardoso (S. João de Ver-E. Leclerc)
Montanha
Victor Rodrigues (Barbot-Pascoal-Milaneza)
Juventude
José Mendes (Chenco Jeans-QConstroi)

Junta de Ermesinde contesta construções no parque urbano

O Executivo da Junta de Freguesia de Ermesinde (JFE), presidido pelo social-democrata Casimiro Gonçalves, aprovou esta noite, por unanimidade, uma moção contestando as construções que estão a decorrer no parque urbano da cidade. O texto da moção é fortemente crítico para com a Câmara de Valongo, liderada pelo também social-democrata Fernando Melo.
As obras em causa são dois blocos instalados num terreno para onde a edilidade tinha anunciado a criação de uma área de lazer. Em vez do parque radical inicialmente prometido, estão a nascer dois prédios que poderão albergar estabelecimentos considerados não comerciais, como farmácias, clínicas ou ginásios. As lojas serão arrendadas e as receitas dos arrendamentos reverterão para a empresa "Construções Europa Ar-Lindo" como contrapartido pela construção de um parque de estacionamento no subsolo daquele local. As receitas do parque e dos parcómetros em toda a cidade também revertem para a mesma empresa por um período de 20 anos, igualmente a título de contrapartida pela construção do aparcamento subterrâneo.
Toda esta informação foi prestada ao COMÉRCIO, em primeira mão, pelo vereador responsável pelo processo, José Luís Pinto. No entanto, a Câmara ainda não respondeu às dúvidas da JFE. A Junta pediu à edilidade que esclarecesse o que estava a ser construído. A questão foi colocada no dia 2 de Junho, mas até esta noite não foi dada qualquer resposta oficial. Zangados com esta postura da autarquia, os membros do Executivo da Junta aprovaram a moção crítica e prometem remeter o caso para a Inspecção-Geral da Administração do Território (IGAT), para a Direcção-Geral do Ordenamento do Território (DGOT) e para a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) caso não obtenham uma resposta satisfatória até daqui a um mês.
Os autarcas da freguesia afirmam-se particularmente incomodados com dois factores. O primeiro é a não concretização da promessa da Câmara de criar um parque de lazer. O segundo diz respeito ao facto de a Junta ter sido impedida, há quatro anos, de construir a sua sede no terreno em causa, porque a edilidade, na altura, alegou que aquele espaço era para ampliar o parque urbano e para a fruição dos cidadãos e não para edificar prédios.
O Executivo da JFE "demonstra a sua profunda insatisfação com a não ampliação do parque urbano e com a não construção do parque radical, não compreendendo o silêncio da Câmara Municipal em relação a uma questão tão importante para a vida dos ermesindenses. Mais uma vez, solicitamos à Câmara Municipal de Valongo que explique publicamente o motivo da alteração tão drástica de planos", lê-se na moção aprovada.
O texto hoje foi posto a votos pelo próprio presidente da JFE, depois de na reunião mensal de Julho ter sido apresentado pelo eleito comunista, Belmiro Magalhães, e rejeitado pela maioria social-democrata. Na altura, o presidente pediu que fosse dado mais um mês para que a Câmara tivesse tempo de responder às preocupações da JFE. Como a resposta não chegou entretanto, foi o próprio Casimiro Gonçalves, correligionário de Fernando Melo, que avançou com a moção.
Na reunião desta noite, o socialista Jorge Videira propôs que fosse dado conhecimento do caso à IGAT, à DGOT e à CCDR-N. Mais uma vez, Casimiro Gonçalves pediu paciência, dando à Câmara mais um mês para responder à JFE. Caso a resposta não seja dada ou seja considerada insatisfatória, Casimiro Gonçalves comprometeu-se a remeter o caso para as entidades enunciadas por Jorge Videira.

quarta-feira, agosto 03, 2005

Estreias de cinema no Porto

Filmes "Aaltra" e "Orlando Vargas" estreiam no Porto

Estreia esta semana (4 de Agosto) no cinema Nun’Álvares, no Porto, o filme "Aaltra", de Benoît Delépine e Gustav Kervern.
Segundo o "Liberation", trata-se de um "road-movie glacial e ao mesmo tempo hilariante. Politicamente incorrecto e alegremente niilista".
O filme relata uma viagem entre França e a Finlândia, interpretada e filmada por dois homens que queriam encontrar Aki Kaurismaki, que viria a apadrinhar a película. Segunda a revista "Screen" tem tudo para se tornar um filme europeu de culto.
Já no cinema Cidade do Porto estreia "Orlando Vargas", a primeira longa-metragem de Juan Pittaluga. Trata-se da história de um homem que desaparece, interpretado por Aurélien Recoing. É um homem sombrio e lacónico, possivelmente diplomata ou homem de negócios.

Rui Azeredo

Câmara de Gondomar distribui um milhão de euros por 163 associações

A Câmara de Gondomar oficializou, ontem à noite, a atribuição de cerca de um milhão de euros às 163 associações com sede no município. Um terço dessa verba destina-se a protocolos de colaboração entre o movimento associativo e a edilidade, ao abrigo dos quais as colectividades contribuem com trabalho para diversas realizações da autarquia.
A cerimónia de ontem foi ainda aproveitada para atribuir a medalha de mérito à Federação das Colectividades do Concelho de Gondomar, "pelos seus relevantes serviços prestados à comunidade, dignos de reconhecimento", lê-se numa nota de imprensa da Câmara.
O presidente da edilidade, Valentim Loureiro, assegurou durante a cerimónia que as regras de atribuição de subsídios e de apoios às colectividades concelhias são claras e que não há favorecimentos nem discriminações em função da cor política dos seus dirigentes e associados.

Lista de Maria José Azevedo para a Câmara de Valongo aprovada por unanimidade

(para aqueles que querem notícias, cá vai)

A Comissão Política Concelhia de Valongo do Partido Socialista aprovou por unanimidade a lista de candidatos à Câmara Municipal, que foi elaborada e apresentada pela cabeça-de-lista, Maria José Azevedo. A direcção local do partido aprovou também por unanimidade o rol de candidatos à Assembleia Municipal.
Os nomes que seguem Maria José Azevedo são António Gomes, Jorge Videira, Ilídio Lobão, Agostinho Rodrigues, Susana Gandra, Pedro César Rodrigues, Eunice Ribeiro e Ernesto Mendes. Trata-se de uma lista que conjuga homens do aparelho partidário, das duas facções internas, como é o caso de António Gomes, Jorge Videira (presidente da Concelhia) e Ilídio Lobão (irmão do opositor interno de Videira, Afonso Lobão), com outros militantes com menos ligação ao aparelho do PS e mais ligação à sociedade civil.
A lista para a Assembleia Municipal será encimada por Casimiro de Sousa e tem nos lugares seguintes Ventura de Almeida, Alfredo Sousa, António Caetano, Diomar Santos e Pedro Almeida.
O actual presidente da Câmara, Fernando Melo, também já tem a lista pronta, como o COMÉRCIO, oportunamente, revelou em primeira mão. Melo irá recandidatar-se a um quarto mandato, fazendo-se acompanhar de apenas um dos actuais vereadores, José Luís Pinto. O número dois da lista é João Queirós, homem próximo do presidente da Distrital, Marco António Costa. Também próximo de Marco António é o terceiro candidato, Miguel Santos. O vereador sobrevivente, José Luís Pinto, ocupa o quarto lugar, precendendo, Mário Duarte, Eunice Neves, Carlos Mota, Rui Marques e Mafalda Carneiro.
O PSD e o CDS-PP de Valongo estabeleceram um acordo de coligação apenas para as assembleias de freguesia e para a Assembleia Municipal. Ao abrigo desse acordo, a candidatura para a Assembleia Municipal tem como principal rosto o popular Henrique Campos Cunha, actual presidente daquele órgão autárquico.

terça-feira, agosto 02, 2005

BI a 45 dias

Hoje fui à Loja do Cidadão renovar o Bilhete de Identidade. Está lá colocado um papel a dizer que o mesmo será entregue ao fim de cinco dias. Mas, afinal, depois de tudo tratado, recebo um papel onde vem escrito para levnatar o BI no prazo de 45 dias! Perguntei porquê esta demora e responderam-me que era por ser do arquivo de Lisboa. Sim Lisboa essa cidade tão distante. Já imagino uma carroça dos correios pelos montes fora a levar o meu BI para ser carimbado em Lisboa. Em Coimbra, com certeza, haverá uma troca de cavalos, seguindo depois até Santarém evitando a todo o custo os salteadores. hegado o meu BI à capital será colocado numa enorme mesa onde um zeloso funcionário o analisará durante 20 dias úties antes de colocar o carimbo. Depois, de volta à quadriga, em direcção ao Norte, evitando os mesmo salteadores e dragões, até chegar ali à zona das Antas, à grande torre do Cidadão, no alto da qual os documentos do reino são entregues aos súbditos.

Ou... agora temos artistas a desenhar à mão os BI, com a respectiva "griffe" .

45 dias?!!!!! tenham paciência

Rui Azeredo

Entrevista ao toureiro Mário Coelho

Toureiro conta a sua história em "…da Prata ao Ouro"

O "glamour" das touradas por Mário Coelho

O matador de touros Mário Coelho, de Vila franca de Xira, ao fim de 50 anos de actividade chegou à conclusão que tinha muitas histórias para contar, Recordações que amealhou por todo o mundo, onde se cruzou e privou com personalidades como Orson Wells, Ava Gardner ou Hemingway. Daí nasceu o livro "Mário Coelho da Prata ao Ouro" (Publicações Dom Quixote).
"Foi uma época belíssima, uma época dourada", disse, num misto de saudosismo e orgulho, sobre as temporadas de glória vividas em Portugal e no estrangeiro, especialmente nos anos 60. Como salientou, eram tempos de "bons apreciadores, profissionalismo e bom gosto".
As estrelas do cinema, da música, do jet set, ligavam-se muito aos toureiros, explicou-nos Mário Coelho, que assim teve a oportunidade de conhecer, por exemplo, o escritor Ernest Hemingway. Sobre ele disse: "Era um bom aficcionado. Julgava-se um fenómeno de conhecimento do toureio, mas não era um predestinado".
Já Orson Wells, que assistia a dez a quinze corridas por ano, era também um bom aficcionado, "mas tentava sempre aprender algo connosco". "Fez falta à Festa", lamentou-se Mario Coelho, aludindo à sua morte, lembrando que o cineasta tinha "planeado dois filmes sobre o toureio. Seria revolucionário".
Outras histórias que vêm no livro são relativas a Cantinflas, Picasso, Audrey Hepburn, Ava Gardner, entre muitos outros.
Tempos que já foram pois, como reconhece, quando se despediu havia poucos jovens que o conhecessem. "Até jovens toureiros", acrescentou. Assim, "…da Prata ao Ouro" , serve também para quem se inicia agora nas lides de toureiro: "É um documento para saberem as dificuldades".
Este distanciamento dos jovens em relação ao toureio relaciona-o com um tipo de vida diferente nos nossos dias. "Dantes havia só um canal de televisão… agora todos têm carro, vão a festas, a discotecas, interessam-se mais por roupas, pelo futebol".

Emoção e tragédia

Com o seu livro quis, através da descrição da sua vida, "dar a conhecer um espectáculo de grande emoção e tragédia". Realça que é o segundo maior espectáculo do país, logo a seguir ao futebol. "Há um milhão e 500 mil espectadores e 400 corridas por ano". Mesmo assim lamenta que as touradas, em Portugal, não tenham o estatuto que têm em Espanha: "Quando pasamos a fronteira de Badajoz é uma festa nacional"
A opção de Mário Coelho pelo toureio foi quase inevitável para quem, como ele, sempre viveu em Vila Franca de Xira. "Eu vivia em Vila Franca, que era um ‘micro-clima’. Não havia nada e passávamos os dias à espera das datas tradicionais das nossas vilas, quando havia as esperas de touros e as corridas".
Tudo isto despertou o interessse de Mário Coelho, que, contudo, alerta: "É uma carreira de agridoces". Viemos do ruim para chegar ao bom, passámos todas as dificuldades e a partir daí é o gozo das corridas quando somos consagrados". "Os aplausos a céu aberto têm muita força", reforçou.

Uma profunda
relação com o touro


Mário Coelho realça ainda a relação que há entre toureiro e touro: "É das coisas mais extraordinárias do mundo, há uma ligação profunda".
"Se picamos o touro é para o bem do próprio touro, que nos dá tudo", explicou Mário Coelho, tentando desarmar as constantes acusações de barbárie sobre os animais. E explicou: "Temos um profundo respeito por esse animal, que só sofre quando não sangra! Tem 35 litros de sangue e aumenta a pressão quando entra na arena. Ataca a cabeça, os olhos, o coração, por isso tem de haver sangria de sete por cento", justificou Mário Coelho, tentando explicar o que é feito ao touro bravo
"É uma pena que o nosso povo não se aperceba do que devemos fazer", lamentou o autor de "Mário Coelho da Prata ao Ouro".
O livro, com prefácio de Agustina Bessa-Luís, custa 18 euros e tem cerca de 150 fotografias espalhadas por 400 páginas.

Rui Azeredo

obrigado obrigado obrigado, com vénia estilo AMália

Como ainda não tive oportunidade de o fazer, vou dedicar algum espaço a uns agradecimentos a pessoas com quem trabalhei e muito me ensinaram mas com quem não tenho tido contacto. Aos outros falo directamente e escuso de ocupar terreno aqui.
Assim sendo, obrigado Molinos, Catarino, Altino, Martins da Costa, Ramos, Paulo Fontes (Tabelinha), Pedro Oliveira, Santanette, Rui Machango, Paulo Pinto, Luiz de Carvalho, Paulo Tavares, ngela, Maria João, Miguel Miranda, Ricardo Pereira, Albino, Ramiro, Fernandes, Zé Manel do arquivo, Tavares da Costa, Alfredo Cunha, David Pontes, Luísa, Xabi, Armando, Quim, Delfim e Delfina, os nossos motoristas que não sei como punham a andar as velhas 504, os nossos recepcionistas, desde o sr Avelino ao sr Rocha e ao Carlos Amaral, Zé Gonçalves (a quem devo uma francesinha desde que o Boavista ganhou o campeonato), os estagiários que tiveram de me aturar e muitos outros. Se me esqueci de alguém peço desculpa, depois faço um PS.

Um abraço a todos

Rui Azeredo

Amigos

Amigos, continuarei com o telemóvel ligado 24 horas, sempre disponível para tudo e todos. Os meus bolos também. Sabem onde moro e quando quiserem é aó aparecer para ver belas vistas e saborear um ou outro bolito é só passar em minha casa. Sofremos um rude golpe, mas não nos deixaremos abater.
Beijos e abraços
Manuela

segunda-feira, agosto 01, 2005

"Só os fortes resistem, só os fracos desistem".

Queria que tudo fosse um pesadelo. Queria não ter de olhar para as vossas caras e ver o desespero encoberto de sorrisos que damos uns aos outros, para não termos de chorar novamente.
Queria hoje estar a marcar serviços, a fazer contactos e a discutir a primeira página de amanhã. Mas não é possível...
Escrevi tantas vezes que este jornal era feito de resistentes e cada vez o provamos mais.
Aqui, juntos na redacção, revelamos e construimos ideias que mostrem que não nos calaremos. NUNCA!
Tiraram-nos o que sabemos fazer, mas a nossa força e dignidade... NUNCA!
Tiraram-nos o tapete, caímos, mas depressa nos levantamos. E estamos aqui a falar convosco.
Queria que esta semana não tivesse sido a pior da minha vida. A pior das nossas vidas. Ouvi vezes demais "não há novidades, mas tudo indica que vai tudo correr bem". Senti o peso do mundo nas minhas costas. Ouvi vezes demais "Então? Há novidades?", para não ter resposta que vos consolasse...
E chegado o último dia, quando julgamos todos que não havia mais nada a fazer, encontramos dentro de nós uma força maior que tudo. Continuamos a lutar e isso enche-me de orgulho.
Queria agradecer o incansável esforço do Alfredo Maia, que tantas mensagens de força nos tem passado; a todos os nossos colegas de outros órgãos que insistem também em nos por nas notícias; às delegações do JN e de A Bola que nos vieram prestar solidariedade; e aos nossos colegas de A Capital que estão neste barco connosco.
Há uma claque de uma equipa de futebol que diz "Só os fortes resistem, só os fracos desistem". E sem dúvida alguma os primeiros somos nós!